segunda-feira, 17 de junho de 2013

Dólar fecha acima de R$ 2,16, na maior cotação em mais de 4 anos

BC fez intevenção vendendo dólares, mas não impediu alta.
Moeda subiu 0,84%, para R$ 2,1661, maior cotação desde abril de 2009.

Da Reuters
O dólar fechou acima de R$ 2,16 com operadores aproveitando a tendência de fortalecimento da divisa nos mercados internacionais para testar a tolerância do Banco Central à valorização da moeda dos Estados Unidos.

O dólar subiu 0,84%, para R$ 2,1661, a maior cotação desde 30 de abril de 2009. Veja cotação
No mês, o dólar tem alta de 1,11% e no ano 5,94%.
O BC fez uma intervenção no mercado, vendendo leilões de swap cambial tradicional -- equivalentes a vendas de dólares no mercado futuro --, levando agentes do mercado a acreditarem que o BC não quer o dólar distante de R$ 2,15. No entanto, as vendas de moeda não impediram uma alta próxima a 1% da cotação.
Fator EUA
Antes, a leve alta foi limitada pelo sentimento de cautela antes da reunião do Federal Reserve, banco central nos Estados Unidos, que pode trazer sinais sobre o futuro do estímulo monetário no país. "O que vai pegar é o Fed na quarta-feira, então o pessoal está em compasso de espera", resumiu o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.
Declarações recentes de autoridades do Fed, incluindo de seu chairman, Ben Bernanke, alimentaram expectativas de que a autoridade monetária comece a reduzir o seu programa de estímulo diante de sinais de recuperação econômica no país. Se isso ocorrer, haveria diminuição na oferta de dólares nos mercados.
Tais preocupações, aliadas a problemas domésticos, levaram a uma mudança de patamar no câmbio em maio, que viu o dólar começar o mês cotado e R$ 2,01 e fechar perto de R$ 2,15, nível visto até agora.
Intervenções do BC
Analistas acreditam que as medidas recentes do governo para retirar entraves à entrada de dólares --como zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em derivativos cambiais-- devem continuar tendo efeito limitado devido à tendência de apreciação do dólar no mundo e aos temores com a economia brasileira.
Por isso, as intervenções do Banco Central para segurar a alta da divisa devem continuar sobre à mesa, na avaliação dos especialistas.
"Se tiver volatilidade (no câmbio), acredito que o BC continuará entrando. Ele vai tentar identificar o motivo da alta e intervir", afirmou o operador da Renascença Corretora José Carlos Amado.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, a autoridade monetária poderá usar todos os instrumentos que dispõe para combater a volatilidade no mercado cambial.


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